Padrões de Usabilidade: desenvolvendo soluções digitais mais eficientes

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Nós sabemos que cada pessoa é única, com seus valores, seus pensamentos e comportamentos, se não todo mundo teria o mesmo CPF né? Porém, quando nos referimos ao mundo digital, vários designers e cientistas comportamentais ao redor do mundo (obrigado por você existirem) realizaram diversos estudos em vários países tentando identificar padrões de comportamento em comum ao usar um website, um aplicativo ou até mesmo um software.

Os padrões de usabilidade surgiram depois de horas e horas de estudo de como as pessoas realizam ações semelhantes em plataformas digitais e são sobre alguns destes padrões que irei falar neste artigo.

Existem diversos padrões de usabilidade, mas vou listar abaixo os que eu particularmente, como designer, acredito que sejam os de maior destaque para tornar suas soluções mais eficientes, sejam elas websites, softwares ou aplicativos.

Ações Habituais

Todos nós temos ações habituais ao longo de nosso dia, e essas ações se tornaram tão automáticas em nossa rotina que as vezes nem nos damos conta de que estamos realizando. Provavelmente já deve ter acontecido de você estar no “piloto automático” em alguma situação, lembrou de alguma?

Quando nós interagimos com uma interface digital, aprendemos a realizar determinadas ações que com a nossa rotina e constante uso, se tornam habituais, os atalhos do teclado são um ótimo exemplo:

Ctrl + C = Copiar um conteúdo
Ctrl + V = Colar um conteúdo copiado

A medida com que nós realizamos as ações de copiar e colar constantemente em nosso dia a dia, ficamos habituados a tentar realizar esta ação em qualquer sistema em que interagimos pela primeira vez e isso pode ser tornar frustrante se um software não deixa você realizar essa ação que se tornou natural para você, concorda?

Por isso, o ponto mais importante do padrão de ações habituais é manter a consistência entre as plataformas, observe se o seu site, software ou aplicativo utiliza padrões de movimento, teclado, mouse e até touch screen que a maioria de outros sistemas também utilizam, para que o usuário não tenha dificuldades em identificar como navegar sem maiores problemas.

Esta dica parece meio óbvia, mas muitos softwares publicados ainda carecem desse ponto. O site da corretora americana USA  é um bom exemplo disso: botões que não parecem botões, abas que não são redirecionadas para outras páginas, links que parecem textos simples, não possui um buscador de imóveis igual outros sites de corretoras.

Memória prospectiva

A memória prospectiva é um fenômeno estudado pela psicologia que você não observa sendo usado nas interfaces hoje em dia, mas merece uma atenção especial pois, se bem utilizado, pode gerar muito valor a sua solução digital.

Basicamente, funciona assim: você precisa devolver um livro emprestado da biblioteca da faculdade no dia seguinte, então você deixa o livro na mesa próxima as suas coisas de trabalho para que você se lembre no dia seguinte de leva-lo contigo.

Normalmente quando estamos no computador, utilizamos a memória prospectiva quando estamos escrevendo por exemplo um e-mail e saímos para o almoço e deixamos a janela do e-mail aberta para que ao retornarmos, possamos prosseguir com a mensagem.

Tendo conhecimento deste padrão de usabilidade, a pergunta que devemos fazer é: como incorporar a memória prospectiva em diversas soluções digitais? Separei alguns exemplos que podem te ajudar com a resposta:

  • Notas virtuais como abas e notificações de “ver depois” podem auxiliar nesta estratégia;
  • Ter um espaço semelhante a um Desktop onde o usuário possa customizar salvar notas e arquivos do jeito que ele achar melhor;
  • Colocar status e tags também podem auxiliar o usuário a se localizar em relação as tarefas que tem que realizar ou concluir.

O Google Keep  é um bom exemplo de interface que utiliza a memória prospectiva em pró da produtividade.

Se você conseguir incorporar os benefícios deste padrão de usabilidade em sua solução web, tenho certeza que o seu sistema irá ter maior destaque em relação aos outros concorrentes de nicho, então faça um bom planejamento e estude muito bem quais soluções oferecer que possam agregar na rotina de seu usuário.

Microbreaks

Este é um padrão de usabilidade que é especialmente aplicado quando nos referimos a dispositivos móveis, os “minibreaks” ou pequenas pausas, são aquelas atividades no qual o usuário se envolve com a interface digital em uma situação de pausa da rotina. A seguir alguns exemplos para ilustrar:

  • Conferir o e-mail enquanto pega o metrô
  • Realizar uma pesquisa rápida no google enquanto prepara um café
  • Jogar um pequeno jogo no intervalo para lanche.

O que podemos tirar de vantagem dessas pausas? Soluções que sejam de fácil acesso a informação e que não utilizem um processo muito burocrático para que o usuário chegue ao que ele precisa, ao objetivo final de sua ação.

Opte sempre por priorizar os recursos-chaves de sua aplicação digital disponibilizando elas em locais de fácil acesso do usuário, assim você pode tirar proveito das pequenas pausas e inserir sua aplicação no dia a dia do seu usuário com maior facilidade, aumentando a fidelização com o seu cliente e gerando mais valor ao seu negócio.

Outros padrões

Existem outros padrões de usabilidade que você pode estudar e encontrar pesquisando sobre design de interfaces na web, eu espero que este pequeno artigo tenha lhe sido útil e despertado sua curiosidade sobre o assunto.

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Kenes Rakishev